O papel do reumatologista em relação à vacinação contra a COVID-19 em pessoas com doenças reumáticas.
Ferreyra Garrott LG, Pereira D, Lazaro MA, Graf C, Esposto A, Citera G. Rheumatologist's role regarding vaccination for COVID 19 in people with rheumatic diseases [Internet]. Global Rheumatology. Vol 2 / Jul - Dic [2021]. Available from: https://doi.org/10.46856/grp.10.et096
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O papel do reumatologista em relação à vacinação contra a COVID-19 em pessoas com doenças reumáticas.
Introdução: No âmbito da vacinação contra covid 19, pacientes com doenças reumáticas inflamatórias, autoimunes ou autoinflamatórias e imunossuprimidos tinham dúvidas sobre sua situação. A experiência com as diferentes plataformas é escassa.
Objetivo: Informar as pessoas com doenças reumáticas sobre a vacinação para covid e medir o impacto das informações.
Método: A Sociedade Argentina de Reumatologia (SAR) organizou uma sessão de informacão ao vivo em seu portal para pacientes Reuma ¿Quién Sos?, para fornecer informações sobre vacinação. Especialistas em reumatologia e infectologia participaram, esclareceram dúvidas sobre a vacinação do covid 19 em pessoas com doenças reumáticas com informações disponíveis até o momento, além disso, foi realizado um breve levantamento antes e após a sessão.
Resultados: 1.900 pessoas participaram da sessão ao vivo, houve 2.400 comentários, 997 reações e foi compartilhada 243 vezes. Em 7 dias da postagem original, a postagem alcançou 49.600 pessoas. Antes da sessão, 77% dos pesquisados haviam cogitado se vacinar e ao final da sessão esse percentual subiu para 95%, indicando um aumento de aceitação de 22%. Antes da sessão, apenas 35% receberam conselhos de vacinação de seu reumatologista e 22% não receberam na ocasião. Quando a análise univariada foi realizada para idade, sexo e doença, nenhuma correlação foi encontrada com as perguntas da pesquisa.
Conclusão: O papel da sociedade científica e do próprio reumatologista é fundamental no fornecimento de informações sobre a vacinação da Covid 19 em pessoas com doenças reumáticas.
A pandemia causada pelo SARS-COV2 teve um grande impacto na vida das pessoas com as medidas tomadas, como o confinamento, as restrições de mobilidade, o distanciamento social, o uso de máscaras e de produtos sanitizantes. As repercussões dessas condutas criaram a necessidade de desenvolver medidas eficazes para mitigar o impacto em todos os aspectos da vida das pessoas em nível mundial. Com esse objetivo, diferentes pesquisadores ao redor do mundo trabalham para desenvolver ou otimizar vacinas contra a COVID-19. Os governos de cada país adotaram diferentes planos estratégicos tanto na prevenção quanto na vacinação, adquirindo vacinas de diferentes produtores, sendo desigual o uso e acesso às mesmas na região. Somado a isso, o volume de informações pelas redes sociais e internet, muitas vezes incorreto, gerou confusão na população em geral e especialmente entre as pessoas com doenças reumáticas. Por esse motivo, as diferentes sociedades científicas tiveram que assumir parte da responsabilidade, posicionar-se e gerar recomendações para os colegas médicos e seus pacientes.
COVID-19 na Argentina
No final de 2019 ocorreu um surto de uma nova doença causada pelo coronavírus (COVID-19) em Wuhan, China. Houve uma rápida propagação em escala comunitária, regional e internacional, com um aumento exponencial no número de casos e mortes. Em 30 de janeiro de 2020, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto de COVID-19 era uma emergência de saúde pública de importância internacional. O primeiro caso na Região das Américas foi confirmado nos Estados Unidos em 20 de janeiro de 2020, e o Brasil notificou o primeiro caso na América do Sul e Caribe em 26 de fevereiro de 2020; em 03 de março foi detectado o primeiro caso na Argentina. Desde então, a COVID-19 se espalhou para os 54 países e territórios da Região das Américas (1).
Atualmente, dentro do planejamento para enfrentar essa pandemia, a Argentina encontra-se na fase de “distanciamento social, preventivo e obrigatório”. O objetivo é recuperar o maior grau de normalidade possível no funcionamento econômico e social, com todos os cuidados necessários e mantendo um constante monitoramento da evolução epidemiológica (2). Na Argentina, foram registrados até hoje (março de 2021) um total de 2.905.172 casos confirmados e 62.599 falecidos (dados de https://www.argentina.gob.ar/salud/coronavirus-COVID-19/sala-situacion). Para mitigar o impacto, a Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia Médica (ANMAT) autorizou diferentes vacinas. Atualmente o plano de vacinação dá prioridade ao pessoal essencial (profissionais da saúde, professores, forças de segurança), idosos e população de risco desses grupos (3).
Pacientes com doenças reumáticas inflamatórias, autoimunes ou autoinflamatórias e imunossuprimidos apresentaram dúvidas sobre sua situação diante da possibilidade de vacinação, já que pacientes com essas patologias não participaram dos ensaios clínicos da maioria das vacinas, e a experiência com as diferentes plataformas é geralmente escassa.
COVID-19 em pessoas com doenças reumáticas
Existem diferentes tipos de doenças reumáticas. Por um lado, uma grande parte delas pertence ao grupo de doenças degenerativas ou causadoras de síndromes dolorosas regionais. Essas doenças não representam maior risco de contágio de COVID-19 em comparação com a população geral. No outro extremo estão as doenças autoimunes, autoinflamatórias com diferentes comprometimentos orgânicos ou aquelas que necessitam de tratamento com diferentes níveis de imunossupressão. Desde o início da pandemia, esse último grupo foi considerado de maior risco, embora a evidência por parte de diferentes estudos seja ambígua e pouco robusta (4). Além disso, existem diferentes fatores que contribuem para o prognóstico da infecção por COVID-19, como a atividade da doença, o tratamento, o comprometimento orgânico, os fatores de risco já conhecidos para o mau prognóstico da doença como idade, sexo masculino, hipertensão, doença cardiovascular, doença pulmonar crônica (5). Na Itália, dois estudos, dependendo do método diagnóstico, apresentaram resultados ambíguos: quando utilizaram swab nasal, a prevalência da doença foi similar à da população geral, mas quando usaram quimioluminescência, o risco de contágio com COVID-19 foi maior na população com doenças reumáticas (6,7). Nesse sentido, a Global Rheumatology Alliance desenvolveu um registro internacional analisando 3.729 pessoas com doenças reumáticas de todo o mundo, o qual mostrou que a mortalidade por COVID-19 se associou com maior atividade da doença e, assim como na população geral, com maior idade, sexo masculino e a presença de comorbidades pré-existentes (8).
Vacinação em pessoas com doenças reumáticas autoimunes, autoinflamatórias e em tratamento com medicamentos imunomoduladores
Quatro plataformas principais são utilizadas pelos pesquisadores no desenvolvimento e fabricação de vacinas (9):
- Através de vírus inativado: CoronaVac Sinovac Life Sciences, Pequim, China; New Crown COVID-19 Wuhan Institute of Biological Products/Sinopharm e BIBIBP-CorV Beijing Institute of Biological Products/Sinopharm.
- Através de ácidos nucleicos: mRNA1273 Moderna/NIAID, bNT162b2 BioNTech/Fosun Pharma/Pfizer, nCoVsaRNA Imperial College London, INO-4800 Inovio Pharmaceuticals/International Vaccine Institute. Essas possuem um processo de desenvolvimento rápido e de baixo custo.
- Através de vetor viral: ChAdOx1 nCoV-19 AstraZeneca/University of Oxford, Ad5-nCoV CanSino Biological Inc./Beijing Institute of Biotechnology, Ad26.COV2-S Janssen Pharmaceutical Companies, IIBR-100 Israel Institute for Biological Research, GamCOVID-Vac pelo Gamaleya Research Institute. Essas vacinas desenvolvem imunidade celular e humoral robusta.
- Através de proteínas virais: NVX-CoV2373 (Novavax), que requerem um adjuvante para gerar uma boa resposta.
Atualmente na Argentina, estão disponíveis: Gam-COVID-Vac (Sputnik V) (com maior disponibilidade no momento da sessão ao vivo), vacina contra COVID-19 ChAdOx1 nCoV-19 Corona Virus Vaccine Recombinant (Covishield), SARS COV-2 (células vero) inativada (Sinopharm) e ChAdOx1 nCoV-19 vaccine AZD1222 (AstraZeneca).
Há pouca evidência sobre a eficácia e segurança dessas vacinas em pacientes com doenças reumáticas, autoinflamatórias e em tratamento com imunomoduladores. Pela experiência com outras vacinas, sabe-se que a resposta pode ser um pouco menor do que na população geral (10,4). Nas últimas semanas, foi publicado um estudo alemão que comparou a produção de anticorpos após a vacinação entre pessoas com imunossupressão por doenças inflamatórias crônicas versus população geral com vacinas de RNA mensageiro. Apesar de uma pequena parte da população apresentar uma produção aceitável de anticorpos, as reações adversas foram semelhantes às da população geral e não se observaram recaídas da doença relacionadas à vacinação (11).
Diante da situação de pouca experiência em relação à COVID-19 em doenças reumáticas e ainda mais sobre a vacinação, a Sociedade Argentina de Reumatologia (SAR), por meio de “¿Reuma Quem Sos?” (https://www.reumaquiensos.org.ar/), página da internet e redes sociais criadas para fornecer informações a pacientes com doenças reumáticas e dependente da SAR, programou uma sessão ao vivo através do Facebook Live com especialistas em reumatologia e infectologia. O objetivo foi responder às dúvidas mais frequentes dos pacientes.
Dias antes da sessão ao vivo, foi feita uma divulgação pelas redes sociais onde os pacientes tiveram a possibilidade de enviar suas perguntas sobre “vacinação para COVID-19 em pacientes com doenças reumáticas”. Com os dados obtidos, foi elaborado um roteiro para ser usado durante a sessão ao vivo.
Para avaliar a situação antes e depois da sessão, os pacientes que participaram foram convidados a responder uma breve pesquisa desenvolvida para avaliar sua situação em relação à vacinação antes e depois do evento. Foi realizada uma análise univariada, tomando como variável independente as perguntas desenvolvidas na pesquisa e como variáveis dependentes a idade, sexo e doença.
Três dias antes da sessão ao vivo, foram realizadas 2 publicações no perfil @ReumaQuienSos convidando os pacientes a participar e enviar perguntas para que fossem respondidas pelos especialistas. Os integrantes da Comissão de Educação para Pacientes da Sociedade Argentina de Reumatologia (SAR) revisaram e agruparam as dúvidas dos pacientes em 30 perguntas para serem desenvolvidas na sessão ao vivo, gerando um roteiro de perguntas que foram respondidas durante a sessão pelos especialistas convidados. (Quadro 1)
A sessão ao vivo foi realizada na terça-feira, 2 de março de 2021, às 20h (horário da Argentina), através do Facebook Live na conta @ReumaQuienSos. Participaram como moderadores CG, presidente da Sociedade Argentina de Reumatologia (SAR), MAL e LGFG, membros da Comissão de Educação de Pacientes da SAR; os especialistas convidados foram AE, especialista em infectologia, e GC, especialista em reumatologia. A sessão teve duração de 1 hora e 40 minutos. Participaram ao vivo 1900 pessoas, houve 2400 comentários, 997 reações e foi compartilhada 243 vezes, onde foram respondidas as perguntas previamente elaboradas.
465 pessoas responderam à pesquisa anterior e 433 à pesquisa posterior. 75% dos entrevistados tinham entre 20 e 60 anos e 94% eram mulheres. Aproximadamente 58% respondeu que a decisão compartilhada entre médico e paciente era o melhor método para decidir pela vacinação. (Tabelas 1 e 2)
Antes da sessão ao vivo, 78% dos entrevistados consideravam que não tinham informação suficiente sobre as vacinas e a situação de sua doença em relação a elas. Após a sessão, com as informações fornecidas durante a mesma, 94% consideraram ter informação suficiente para tomar a decisão de se vacinar. (Tabelas 3 e 5)
Antes da sessão, 77% dos entrevistados pretendiam se vacinar, e ao final da sessão esse percentual aumentou para 95%, indicando um aumento na aceitação de 22%.
Ao considerar as preferências dos pacientes em relação às vacinas, chama a atenção o aumento do percentual de preferência pela vacina Sputnik V, de 28,6% antes da sessão para 45,5% após a sessão.
Antes da sessão, apenas 35% haviam recebido a recomendação de seu reumatologista para se vacinar, e 22% não a haviam recebido por não terem tido consulta com o profissional no momento da pesquisa. (Tabela 4)
Ao se realizar uma análise univariada, tomando como variável independente as perguntas da pesquisa e como variáveis dependentes a idade, o sexo e a doença, não foi encontrada associação com as perguntas realizadas na pesquisa.
As atividades educativas para pacientes com o respaldo de uma sociedade científica formam um pilar fundamental no tratamento das doenças crônicas. Nesta situação especial de pandemia, a incerteza global devido ao alto fluxo de informações, à existência de notícias falsas e à diversidade de vacinas em diferentes países, aumentou a desinformação entre os pacientes com doenças reumáticas, que foram considerados desde o início da pandemia como grupo de risco.
Assumindo esse compromisso, a SAR decidiu organizar esta sessão ao vivo com o objetivo de apoiar e orientar os pacientes em relação à sua situação frente às vacinas contra a COVID-19.
Antes da sessão, apenas 21,9% dos entrevistados consideravam ter informação suficiente para tomar a decisão de receber a vacina, embora 77% já estivessem decididos a se vacinar. O percentual de pessoas suficientemente informadas e com intenção de receber a vacina aumentou, após participar da sessão, para 94,7% e 95,2%, respectivamente.
Para tomar esse tipo de decisão, é importante o papel do médico reumatologista, já que 56,8% dos pacientes, antes da sessão, e 59,6% após a mesma, consideraram que a melhor forma de fazê-lo é por meio de uma decisão conjunta com seu médico reumatologista. No entanto, até o momento da sessão, apenas 35,7% haviam recebido a indicação de se vacinar e em 42,4% dos casos o tema ainda não havia sido abordado na consulta com seu médico assistente. Vale destacar que apenas duas semanas antes da sessão, o Ministério da Saúde argentino havia autorizado a utilização da vacina em pessoal estratégico com essas patologias. Portanto, o tempo que o reumatologista teve para conversar sobre o tema com seus pacientes foi muito curto.
Um ponto a ser considerado foi o aumento da aceitação da vacina Sputnik V, sobre a qual havia incertezas devido à demora na publicação de dados e a preconceitos fundamentados em crenças políticas e dúvidas jornalísticas entre a população em geral, especialmente entre pessoas com doenças reumáticas.
Os dados obtidos na sessão coincidem com a experiência de outros locais. Em uma pesquisa realizada nos Países Baixos com 1727 pacientes, dos quais 1361 tinham alguma doença reumática, 61% estavam de acordo em receber a vacina contra a COVID-19, e o sexo masculino (OR 1,7 [IC 95% 1,4 a 2,0]) e ter mais de 60 anos (OR 2 [IC 95% 1,7 a 2,4]) foram fatores associados ao desejo de se vacinar. O principal motivo para recusar a vacinação foram os eventos adversos e o curto tempo de estudos. A participação do médico assistente na decisão de receber a vacina é importante. Entre os pacientes que tinham dúvidas, 69% de 515 mudaram sua decisão após o conselho médico, e entre os que não concordavam, 31% de 118 também mudaram de opinião após receber essa orientação (12).
Em outro estudo internacional (Vaccinations Against COVID-19 [VAXICOV]), com presença latino-americana, observou-se maior aceitação entre homens do que entre mulheres (71,2% vs 52,3% RR 0,93 [IC 95% 0,89-0,98]). Os pacientes relataram que as pessoas em quem mais confiavam para receber a vacina eram os médicos especialistas (reumatologistas e clínicos gerais). Quando um médico recomendava a vacinação, a incerteza caía para 28,4% (360/1266) e a falta de vontade para 8,8% (111/1266) (13).
Essa experiência mostra a importância da educação e orientação das pessoas com doenças reumáticas e o papel que desempenham as sociedades científicas. Nos últimos anos, a medicina centrada no paciente tem sido considerada um eixo fundamental, e a educação do paciente é essencial para oferecer ferramentas que fortaleçam a relação médico-paciente e, assim, possibilitem a tomada de decisões sobre seu estado de saúde. Por essas razões, consideramos que o papel da Sociedade Científica e do reumatologista é fundamental para fornecer informações fidedignas sobre a vacinação contra a COVID-19 em pessoas com doenças reumáticas.
Nenhum dos autores apresenta conflito de interesse em relação a este trabalho.
Não foi recebido financiamento para este estudo.
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